[Papo Transformador] [4 - Sinceridade] [Tarô da Transformação]
Oi meus amores! Tudo bem?
Hoje é texto de n°. 04 de 60 da série reflexiva que quero deixar aqui, baseada no Tarô da Transformação. Texto que não impõe, não critica, apenas dialoga com vocês, da forma como isto ressoar em vocês. E se conseguir criar um ponto de conexão, de relaxamento, de contemplação ou mesmo de transformação, cumpri meu objetivo.
Hoje, refletiremos sobre aspectos da sinceridade no caminho para ser uma pessoa melhor. Diz o tarô:
"Só uma coisa é preciso lembrar: seja autêntico, seja sincero consigo mesmo. Declare a sua verdade, custe o que custar. Mesmo que corra risco de vida, arrisque, porque a verdade é muito mais valiosa do que qualquer outra coisa, pois a verdade é a verdadeira vida" (Osho, 2019: 33)
Aqui, podemos refletir sobre os aspectos da importância da verdade. Claro que a verdade é um conceito essencialmente mutável. O que é verdade para mim pode não ser para você. E o que é verdade para mim e para você representa apenas um pequeno fragmento do que deve ser a verdade universal. No entanto, dentro daquilo que é verdade para você, é fundamental que estejamos sempre conectados e agindo em conformidade com aquilo que acreditamos. Também precisamos estar alertas para saber o que é algo verdadeiro, essência, e o que é algo falso, que apenas reluz uma sombra da verdade e que não nos completa de verdade.
O Tarô nos conta a lenda do sábio Bodhidharma, aquele que introduziu o Zen na China, um ser de muito conhecimento. Diz que este sábio buscava um sucessor para passar seus conhecimentos, estava em busca de um discípulo.
Sabendo disto, o Imperador se colocou interessado em ser seu discípulo. E foi ter com ele. Marcaram um encontro, o sábio o recebeu e ouviu sua solicitação. Disse o Imperador que tinha muitas posses e muita estrutura, que tinha condições materiais de levar os conhecimentos do sábio adiante. Disse também que havia erguido muitos templos em seu império, todos muito bonitos. Disse também que havia contratado uma dezena de eruditos para lhe ensinarem temas filosóficos. E que, finalmente, havia contratado vários sacerdotes para que ele fosse iluminado. Terminou sua arguição dizendo que todos os que foram contratados eram unânimes em afirmar que o Imperador era um dos homens mais iluminados que eles já encontraram.
Então, Bodhidharma, conhecendo o interior do Imperador, disse a ele, na frente de todos, que este era um completo idiota. Que tudo o que ele comprara não o fazia mais virtuoso. Disse que com todas as construções que ele havia feito colaborara com a destruição de um mundo vivo e que todos os sacerdotes pagos apenas diziam que ele era iluminado por interesse material. Preso pela adulação e pelo ego, preso pela matéria e tentando um atalho para se elevar espiritualmente, tentando comprar sua escalada moral, ética, filosófica e religiosa, jamais seria digno de ser um discípulo do sábio.
Muito triste com esta situação toda, Bodhidharma se refugiou nas montanhas, quase desistindo de encontrar alguém para passar suas lições. As pessoas o entristeciam, o vazio do ser humano estava fazendo mal para o sábio. Até que veio ter com ele um homem sem esperanças nos olhos. Disse que havia voltado toda a sua vida tentando melhorar, e que perdera tudo no processo. E que queria muito uma chance de aprender e de evoluir. Bodhidharma, ainda ressentido pelas pessoas, não acreditou e pediu que este homem fosse embora.
Este homem tirou uma faca do bolso e decepou a própria mão em frente ao sábio. E disse a ele que, se o sábio não o guiasse pela verdade, não lhe restaria outra alternativa senão o suicídio. O sábio percebeu que aquele homem havia entregado sua vida pela verdade, que estava ali disposto a tudo para encontrar o que havia de verdade em seu interior. E assim, arrependido e preocupado com o homem, Bodhidharma finalmente encontrou ali seu discípulo.
Claro que não há aqui apologia ao sacrifício, ao flagelo. Mas refletimos sobre o que é verdade ou não é verdade em nossa busca, e ao que está ao nosso redor no caminho mágicko. Temos o fenômeno do marketing digital, do instagram, do tiktok, dos algorítmos. Esta mais difícil que nunca reconhecermos o que é e o que não é verdade na nossa caminhada pela magia.
Vemos proliferando falsos profetas, falsos magos, falsas bruxas, que prometem milagres em vídeos coreografados enganado as pessoas para benefício material. Vídeos no tiktok de bruxas que manifestam fogo nas velas, um truque de mágicka que deixaria qualquer ilusionista entediado. E levas e levas de pessoas que acreditam.
Magistas que fazem lives pelados sorrindo e fazendo dancinha para as câmeras, enquanto incorporam ao vivo daemons, evocando entidades cósmicas, servidores, tudo o que você imagina, em um deleite espetacularizado da realidade para a glória midiática.
Pessoas que começam a estudar cartomancia, há menos de uma semana, e já começam a atender as pessoas. Infinitas perguntas por dez reais. Está barato! Que maravilha! "Não importa que as pessoas usarão minha fala para guiarem suas vidas! O que importa é o lacre certo e o pisão, o que importa é que tô arrasando no meu insta, o que importa é que tô fazendo a dancinha no tiktok". Nada contra a alegria, nada contra o espetáculo, mas se colocar como ponte de conexão terapêutica quando você não é verdadeiro é um verdadeiro crime.
Vemos tudo isto, nos maravilhamos com o poder dos fogos de artifício, e a verdade é que, depois de todo este espetáculo vazio, continuamos tristes, solitários, vazios, sozinhos. Depois do carnaval sempre chega a quarta de cinzas.
Nada nem ninguém vai mudar sua vida se você não se dedicar, ter pró-atividade, dedicar-se, ser por inteiro, ser de verdade naquilo que está fazendo. No fim das contas, sua busca depende de você mesmo, do seu melhoramento, do seu alinhamento com sua verdade.
Fica o questionamento: Você está sendo verdadeiro/a neste momento? Está sendo verdadeiro com as pessoas que você ama? Com seu namorado, marido, pai, amigas? Você poderia ser sincera hoje sobre o que sente? E se fosse, o que custaria para você? O que você precisa resolver em sua vida para que possa ser mais verdadeira?
Ou a gente vai vivendo uma mentira, uma ilusão. E quando chegar à velhice - se chegar à velhice - vai sentir que viveu uma vida vazia e fútil, ressentindo-se pelo que poderia ter sido e não foi.
Talvez estas reflexões sejam exemplos de pensamentos que podem guiar suas metas e auxiliem você a encontrar um novo caminho.
Bibliografia:
Osho (2019) Osho: tarô da transformação. SP: Cultrix.
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Para quem quiser uma consulta de tarô comigo, só enviar inbox no meu messenger (facebook.com/pierrerinco) que explico tudinho!
***** Texto autoral. Todos os direitos reservados. ***** Ressalto aqui que não estou fazendo apologia a figura de Osho, extremamente polêmica e controversa, com vários relatos de abusos e fraudes registrados nos noticiários. Ressalto que esta série de textos que estou produzindo com base no Tarô da Transformação não se propõe a dar aula de Budismo, ou de Tao, ou de qualquer linha que seja, sendo apenas um gancho para estudarmos este oráculo e refletir sobre nossa própria vida, trazendo este contexto para a prática do magista. Ressalto, finalmente, que estou me atendo unicamente à mancia criada, chamada de Tarô da Transformação, que é sim um instrumento incrível de reflexão, tirando dele o que podemos e transformando seu contexto em algo saudável aqui para vocês, afastando-o de quem emprestou seu nome ao mesmo. Ficamos com o que foi bom, o que possui algum valor. O resto, por favor, descartem. Que seja um instrumento de transformação pessoal, sim, porém consciente de que a pessoa que emprestou seu nome à mancia não merece, portanto, nossa admiração. ***** Amo vocês! Beijos do Tio Pi
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