Perguntaram ao Mestre: o que é a Paz?
Ele respondeu: Esse sentimento sublime é o perfume que exala de um coração tranquilo.
Está cada vez mais difícil encontramos uma pessoa que possua esse doce aroma. O que mais vemos são homens, mulheres e crianças atribuladas, inquietas, desequilibradas, incapazes de manterem-se no centro de si mesmas; perdidas em meio a problemas e complicações que lhes desorientam; vítimas de todo tipo de sentimento negativo e ansiedades. Desses corações o que exala é fétido e perturbador.
Lamentavelmente fracassamos em nosso intuito de alcançarmos a paz e, por consequência, fracassamos na busca pela Felicidade. O primeiro grande erro está na ideia que temos do que é a paz. Primeiro, acreditamos que ela possa ser implantada de fora para dentro, ou seja, depende de circunstâncias, situações ou mesmo forças externas. Por isso, delegamos a tarefa de “implantar a paz mundial” a organizações e entidades. É inegável que esses grupos desempenham um papel importante e se não fossem eles, a coisa já estaria bem pior. Mas, se dependesse apenas disso, já estaríamos vivendo plenamente tranquilos e não haveria mais guerras no mundo. No entanto, nos vemos cada vez mais distantes desse ideal.
Isso ocorre porque a paz é um sentimento que deve ser cultivado e não imposto ou implantado. Estamos falando de algo interior, que nasce primeiro dentro do indivíduo, em seu íntimo, para depois ser espalhado a toda humanidade. Não se pode oferecer algo que ainda não se conquistou. Neste ponto cometemos graves falhas.
É um paradoxo que uma pessoa atribulada queira ensinar sobre a serenidade, não pode haver nisso resultado positivo. Da mesma forma, é uma tremenda contradição que um país busque a paz para sua população por meio da guerra. Madre Teresa de Calcutá, em sua grande sabedoria, afirmou que não participaria de manifestações que querem combater uma coisa com foco na sua antítese. É como pedir ajuda a Deus invocando ao Diabo.
Vemos que nossa sociedade faz buscas por vias estranhas, que levam ao oposto do que se almeja. Todos querem ter paz, mas gostam de se deleitar em filmes e cenas de violência; querem manter serenidade, mas adoram uma intriga de telenovela ou vida real; desejam ter saúde, mas não fazem nada de bom pelos seus corpos físicos. Os exemplos são muitos… para encurtar a conversa, no tema que estamos abordando, o segredo é cultivar esse perfume sublime dentro de nossos corações. Como? Buscando nos manter no centro de nós mesmos, sem balançar com as oscilações do pêndulo da vida. Quem tem consciência plena de si consegue ser mais equilibrado e não vira uma marionete dos eventos, sua alegria ou tristeza não dependem do vai e vem dos acontecimentos ou das ações de outras pessoas e ai está a morte psicológica passada pela Gnosis. Encontra-se a paz quando se aprende a calar a mente e a ouvir a voz do íntimo em seu coração.
Logicamente, não existe um botão que nos possa desligar do mundo externo, isso só é possível com um esforço sincero e voluntário. Esforço esse que é totalmente recompensado pelo estado de serenidade de tranquilidade que alcançamos pelo simples fato de estarmos dentro de nós.
Uma dica de Mestre para que alcancemos esse estado é: buscar inspiração. Buscar inspirar-se nas coisas belas e simples, como uma flor, um pôr do sol, uma leitura, ouvindo música clássica, estando em boa companhia.
Inspiração, é bom que se diga, nada tem a ver com distração. Quem busca por distrações é o Ego, que quer deixar sua Consciência cada vez mais aprisionada. Inspiração é um ato de expressão pura do Amor. Busque isso no seu dia a dia. Medite, reflita, conheça a si mesmo. E, assim, a paz virá como um presente para você.