[Papo Transformador] [1- A Não-Mente] [Tarô da Transformação]

Oi meus amores! Tudo bem?

Hoje é o primeiro texto da série reflexiva de 60 textos que quero deixar aqui, baseados no Tarô da Transformação. Texto que não impõe, não critica, apenas dialoga com vocês, da forma como isto ressoar em vocês. E se conseguir criar um ponto de conexão, de relaxamento, de contemplação ou mesmo de transformação, cumpri meu objetivo.

Quero começar o dia refletindo sobre o estado de Não Mente. Diz o tarô: "O estado de não mente é um estado do divino. Deus(es/as) não é (são) um pensamento, mas sim a experiência do não pensamento. Não é um conteúdo da mente, é a explosão quando a mente está vazia de qualquer conteúdo. Não é um objeto que você possa ver, é a própria capacidade de ver. Não é o que é visto, mas aquele que vê. Não são as núvens que se acumulam no céu, mas o próprio céu quando está sem nuvens. É o céu vazio. Quando a consciência não enfoca nenhum objeto externo, quando não há nada para ver, nada para pensar, só o vazio a toda volta, a pessoa se volta para si mesma. Não há nenhum lugar aonde ir - ela relaxa na própria fonte do ser, e essa fonte é(são) Deus(es/as). A não mente é o caminho para o divino." (Osho, 2019: 23)

Falamos aqui sobre o que existe dentro da gente, o nosso chamado "céu interno" que está sempre limpo e sem nenhuma núvem. É aquele espacinho dentro da gente que está sempre imaculado, puro, silencioso. Nele não existe nada tangível, apenas silêncio e vazio. Não é o interior da gente que pensa. O pensamento é algo que pode ser tangível, portanto não pode compôr este céu interior. Não é o interior da gente que sente. O sentimento é algo que pode ser tangível, portanto não pode compôr este céu interior. Não é o interior da gente que têm memórias e lembranças. Nosso céu interior continua o mesmo à despeito das coisas, pessoas, posses e bens que vem e que vão na nossa vida.

Acessar esse espaço dentro da gente, esse espaço que ignora nossas dores, que ignora as tragédias, derrotas, perdas que passamos todo dia. Esse espaço que também ignora nossas vitórias, nossas excitações e desejos, é um dos objetivos de uma boa meditação e que facilitará muito a vida de um magista que pretende entrar em gnose.

Pois dentro deste espaço mora o mesmo vazio que existe no para além do espaço de onde nascem as estrelas, a centelha, a luz e o sagrado. E o que está em cima é o que está embaixo, assim somos um. E saber que existe dentro de você este local é libertador. Pois viver aqui nesse mundo dói. Egoísmo, tristezas, perdas, despedidas, solidão, falta de recursos, apatia, dores, lagrimas pelo que seremos, somos ou fomos um dia, sofremos pelos nossos desejos como uma pira levantada ao meio dia, sofremos com nossos lamentos de querer o que não podermos ter no dia. E você não pode mais se resumir ou se significar por isso. "Lembre-se, o que quer que você possa ver não é você. Você pode ver seus pensamentos , então você não é seu pensamento; você pode ver seu sentimento, então você não é seu sentimento; você pode ver seus sonhos, desejos, lembranças, fantasias, projeções, então você não é nada disso." (Idem: 24) Mesmo dentro de tudo isso, existe dentro de você um observador, um ser que observa tudo, que é sua verdadeira essência espiritual e que tudo vê, mas nada sente. Um céu vazio, calmo, tranquilo e que nada, nada nem ninguém conseguiu sujar. Um espaço sagrado, eterno e doce que eu juro que está à sua disposição para você acessar quando precisar. Basta serenar sua mente, praticar, silenciar, fechar os olhos, isolar-se o máximo possível dos estímulos que poluem sua concentração e se abrir para dentro. Ir aquietando seu pensamento, seu sentimento, sua voz, e acessando sua não mente.

Antes de pensar em jogar a toalha, em desistir, em atuar contra sua vida, além de procurar toda ajuda necessária (clínica, psicológica, etc) busque também olhar mais para este céu vazio dentro de você, pois lá não existe dor, lá não existe cicatriz pois nada pode marcar o céu. Podem marcar nossa pele, a areia, a rocha, e até mesmo a água por alguns instantes antes de esvanecer, porém não há como marcar o vazio nem o céu. E o que está em cima é como o que está embaixo.

Então, proponho que naquele dia super difícil no qual você quis desistir, não faça isso antes de buscar esse céu vazio. Quando você estiver sem esperanças, tente buscar esse céu vazio. Respire. E volte para a luta. Deixo estas reflexões que servem tanto para quem busca mais elementos para a gnose quanto para quem está buscando insumos sobre meditação ou mesmo sobre uma forma de encontrar um pouquinho de paz nesse mundo de loucura.

Bibliografia: Osho (2019) Osho: tarô da transformação. SP: Cultrix.

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Para quem quiser uma consulta de tarô comigo, só enviar inbox que explico tudinho!

***** Texto autoral. Todos os direitos reservados.

***** Ressalto aqui que não estou fazendo apologia a figura de Osho, extremamente polêmica e controversa, com vários relatos de abusos e fraudes registrados nos noticiários. Ressalto que esta série de textos que estou produzindo com base no Tarô da Transformação não se propõe a dar aula de Budismo, ou de Tao, ou de qualquer linha que seja, sendo apenas um gancho para estudarmos este oráculo e refletir sobre nossa própria vida, trazendo este contexto para a prática do magista. Ressalto, finalmente, que estou me atendo unicamente à mancia criada, chamada de Tarô da Transformação, que é sim um instrumento incrível de reflexão, tirando dele o que podemos e transformando seu contexto em algo saudável aqui para vocês, afastando-o de quem emprestou seu nome ao mesmo. Ficamos com o que foi bom, o que possui algum valor. O resto, por favor, descartem. Que seja um instrumento de transformação pessoal, sim, porém consciente de que a pessoa que emprestou seu nome à mancia não merece, portanto, nossa admiração.

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Amo vocês! Beijos do Tio Pi